ETAPA 2 - MAPA CONCEITUAL
Seguindo a proposta de sintetizar sobre o mapa da região as conclusões dos levantamentos, o grupo buscou resgatar, através de uma análise aprofundada das conversas e entrevistas, aspectos comuns e alguns destaques que gerassem diretrizes para um ponto de partida do projeto.

Deste estudo podemos observar: a recorrência do termo “progresso”, como sendo uma realidade imposta aos anseios e à cultura da memória local; e a dualidade com que se trata a área mais densificada - às margens da rua João Motta Espezim -, que é identificada como “aqui” e o espaço do aterro, que é identificado como “lá”. Duas frases também se destacaram dentre as conversas: “É preciso lembrar o passado e preparar o presente para trabalhar para o futuro” e “O indivíduo que esquece o seu passado perde sua identidade”, tendo esta última servido de base para a concepção de um conceito inicial que tange ao resgate da identidade do bairro, tornando homogênea a sensação de pertencimento em relação à vivência de toda a região estudada (incluindo o aterro e o entorno da r. João M. Espezim), a fim de que tudo possa ser referido como um só “aqui”.
Como ferramenta entra, então, o projeto, que tem como objetivo quebrar o estigma negativo do progresso que se tem hoje - denominado “progresso restritivo” pelo grupo, pois não abrange de forma equânime os diferentes estratos sociais - e instaurar um “progresso inclusivo”, que não é algo imposto e apenas aceito como necessário, e sim que pertença a toda a comunidade e faça parte do seu cotidiano.
Através das conversas, percebemos que a região do aterro é entendida pelos moradores como barreira, a qual, dentro do grupo, dividimos em três categorias: espacial (via expressa e os vazios), ambiental (vegetação, calor, mau cheiro...) e percepção de insegurança (falta de iluminação, isolamento, usos ocasionais...). Dessa forma, nossa intenção com o projeto é, também, quebrar essas barreiras, concebendo-o como conexão entre o espaço que já possui uma relação de pertencimento e aquele que ainda é encarado apenas como necessário. Essa conexão se dá em diversos níveis, tanto por aspectos físicos como tornar acessível e ter equipamentos, como pela percepção, através de uma linguagem coesa, por exemplo.
Assim o resgate da identidade e a vivência da comunidade no espaço do aterro serão o produto do nosso processo projetual.
