ESTUDO DAS ÁREAS DE RISCO DO ENTORNO
Com o intuito de identificar quais seriam as comunidades alvo do nosso projeto e de ter uma ideia inicial do número de habitações que iríamos prever, iniciamos um estudo sobre as populações em área de risco, tendo como foco as mais próximas do terreno do aterro, por entender que em casos extremos, quando as famílias precisam ser realocadas, estas devam ir preferencialmente para localidades próximas a de origem, mantendo suas relações com a comunidade.
Tomamos como base, um estudo feito em 2012, pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, que revisa o plano municipal de redução de risco de 2007, incluindo novas áreas e atualizando alguns dados.

Foto aérea do setor sul do Morro da cruz, com demarcação das áreas de risco. Fonte: Prefeitura Municipal de Florianópolis, 2007.
A partir da foto do setor sul do Maciço do Morro da Cruz podemos perceber as áreas de alto e muito alto risco, em vermelho e vermelho escuro, respectivamente. Dessas, foram analisadas pelo grupo as zonas do Alto da Caieira e do morro no Saco dos Limões (próximo a via de acesso à Carvoeira).
As encostas do Maciço Central são ocupadas de forma descontrolada, tendo entre as consequências mais graves, problemas ambientais como deslizamentos e inundações, que contribuem para a baixa qualidade de vida das populações.
Como levantado pela arquiteta Sonia R. Soares para a sua dissertação de mestrado, o setor leste do Alto da Caieira possui as construções mais precárias dentre o Maciço, sendo o principal alvo de remoções e demolições de construções recentes, onde também se localizam os moradores que ainda não possuem abastecimento regular de água, nem fornecimento de energia elétrica. São áreas com alto risco de deslizamento, áreas de vegetação mais densa a leste da ocupação, nas quais as passagens de pedestres são trilhas com degraus escavados na terra pelos próprios moradores.

Casa no setor leste do Alto da Caieira. Fonte: Sônia Rohling Soares, em nov/2010.
No levantamento feito pela Prefeitura em 2007, 62% das 833 famílias que residiam no Alto da Caieira tinham condições precárias de moradia. Sendo que 110 moradias se encontravam em setores de risco muito alto e 397 em setores de risco alto. Com uma taxa média de crescimento de 2,14% ao ano (IBGE, 2010) estima-se que haja atualmente cerca de 626 moradias em área de risco no Alto da Caieira.
FONTES:
PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCOS – PMRR - FLORIANÓPOLIS - SC. Disponível em <http://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2015/06/PMRR_ Fpolis.pdf>. Acesso em 18 de abril de 2017.
REVISÃO DO PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCO – PMRR - FLORIANÓPOLIS – SC. Disponível em <http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/29_05_ 2013_14.03.33.119d4683dda798d135e95ce684a3d570.pdf>. Acesso em 18 de abril de 2017.
SOARES, Sônia Rohling. Políticas públicas relativas à habitação em áreas de risco - o caso do Alto da Caieira - Florianópolis - SC. 2011. Dissertação de mestrado - Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, História, Arquitetura e Cidade.
PIMENTA, Margareth de Castro A; PIMENTA, Luís Fugazzola. Políticas Públicas e Segregação Sócio-Espacial: o caso do Maciço Central em Florianópolis. 2002. Disponível em <http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2002/GT_ MA_ST37_Pimenta_texto.pdf>. Acesso em 18 de abril de 2017.